Uma funcionária de uma empresa de telemarketing de Curitiba ganhou o
direito de indenização em R$ 20 mil por danos morais por ter tido as idas ao
banheiro controladas pela chefia durante o expediente. Segundo o Tribunal
Superior do Trabalho (TST), a funcionária era advertida caso ultrapassasse o
limite de cinco minutos para utilização do banheiro.
A decisão foi tomada pela 6ª Turma do TST por unanimidade. A empresa
de telemarketing interpôs embargos contra a decisão e entrou com recurso pela
segunda vez. O caso aconteceu em 2008 e a decisão foi divulgada pelo TST no
dia 16 de agosto.
Segundo a funcionária, que não quis se identificar, ela trabalhou na
empresa por dez meses e a relatou como "ridiculamente humilhante" a
situação. "Cada vez que eu precisava ir ao banheiro colocavam uma pessoa
no meu lugar, mas a pessoa substituia apenas por cinco minutos. Era um
absurdo! Se passasse do tempo, os supervisores que iam atrás", contou.
O advogado de defesa Helton Costa Artin disse ao G1 que
a cliente reclamou das cobranças e afirmou que eram feitas na frente de
colegas de trabalho. "No caso da minha cliente, a chefia tinha acesso
geral ao sistema e a advertia verbalmente cada vez que ela precisava 'ficar
em off' para ir ao banheiro".
A jovem que hoje tem 27 anos disse que ela até podia ir mais de uma
vez ao banheiro durante o trabalho, mas sempre por apenas cinco minutos. Ela
relatou uma ocasião que chegaram a entrar no banheiro atrás dela, pois o
tempo havia se esgotado.
De acordo com a mulher, ela recorreu à Justiça para que a empresa
"melhorasse alguma coisa". "Na verdade, esse tipo de emprego
você se sente ridiculamente humilhada. No call center, você é controlada toda
hora, eles prometem vários prêmios, fazia a gente se dedicar em cima disso e
no fim do mês não recebíamos nada a mais. E ainda mais controlar o tempo no
banheiro? É uma necessidade de qualquer ser humano. Eu acredito que essa
situação deve ocorrer até hoje na empresa", disse.
A funcionária, que hoje trabalha em outra função, disse que durante os
dez meses de empresa ela passou por duas sedes e o tempo controlado para ir
ao banheiro ocorria nos dois lugares. "É um call center grande e as
vezes só de chegar ao banheiro já gastava dois minutos. Se tivesse gente lá,
tinha que ficar esperando e já ia perdendo tempo. Um absurdo!".
Fonte: G1
|
Nenhum comentário :
Postar um comentário
Deixe aqui o seu comentário, dúvida ou sugestão